1ªA, B, C, D. Português - Claudineia
Referente a apostila “Aprender Sempre” pg 15.
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Moda como alienação
Atualmente vivemos em um mundo que é bastante influenciado
pela moda. Porém quando se fala de moda, não estamos nos referindo apenas ao
vestuário, mas a uma porção de outras coisas como o mobiliário de casa, lugares
que frequentamos etc. A moda expressa hábitos e costumes da sociedade num
determinado momento.
Muitas pessoas deixam de usar roupas com cores e modelos que gostam e se sentem
confortáveis para seguir os padrões da moda. Mas por que tantas pessoas deixam
seu próprio estilo e começam usar coisas que as vezes podem até não gostar?
Isso acontece pois uma grande empresa ao lançar um produto novo colocam grandes
atrizes e modelos para fazer propaganda, e algumas pessoas acabam por aderir a
tal produto por esse motivo. Com isso, existe também as relações de poder, uma
grande empresa dita que usando um certo acessório ou tipo de roupa, a pessoa
vai ficar bonita, elegante, atraente etc., como foi uma grande e famosa empresa
que dita tais tendências, as pessoas acabam por aderir.
Com isso grande parte das pessoas acabam que sendo aprisionadas a tendências
ditadas por empresas influentes nesse meio como Louis Vuitton, Nike, Sephora,
Chanel,
Coach, Vans, Ralph Lauren, Dolce Gabanna etc.
A moda é mutável, ou seja está constantemente mudando, e muitas pessoas mudam
seus hábitos, roupas, penteadas, moveis junto com ela, e isso tem uma grande
influência na economia.
Desta forma vivemos aprisionados a moda, como no filme o show de Truman em que
a vida de Truman é um reality show, pois assim como Truman está preso a aquele
cenário que ele acredita está sendo livre e ter uma vida normal, quando na
verdade, está o tempo todo sendo filmado, algumas pessoas estão presas a moda,
assim que surge uma nova tendência e essas pessoas ficam loucas para aderir.
Leia a entrevista:
Moda e
consumo: ‘Não tem nada que vá ser sustentável se continuarmos produzindo nesse
volume’
Publicado em: outubro 5, 2019
Annie Castro
No final de setembro, a empresa americana de moda Forever 21 ingressou
com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Ao todo, 180 lojas da
empresa serão fechadas e a marca prevê ainda a retirada dos mercados asiáticos
e europeus. Após a notícia, muitos comentários e textos em redes sociais
associaram o processo de falência da marca às mudanças no modelo de consumo,
principalmente de jovens, que estariam mais atentos aos impactos
socioambientais de empresas de fast fashion, uma vez que essas indústrias
possuem uma cadeia produtiva que inclui emissão de gases de efeito estufa,
poluição ambiental, utilização excessiva de recursos naturais, como o petróleo
e a celulose, e, em muitos casos, condições de trabalho análogo à escravidão.
Marina Colerato, no entanto, não enxerga as coisas dessa maneira.
Fundadora do Modefica, um
site produzido por mulheres e focado em discutir temas como moda,
sustentabilidade, consumo consciente, meio ambiente, política e igualdade de
gênero e de raça, atribui a situação da Forever 21 a um erro de negócio por
parte da marca. “Não é porque as pessoas estão pensando e comprando consciente
que vai fechar. Enquanto outras lojas investiam ou até mesmo abriam no
Instagram, no meio online, a Forever ficou abrindo loja de concreto”, diz
Marina.
Confira a
entrevista
Sul21: Quando o
Modefica surgiu e o que te motivou a falar sobre moda sustentável e outros
tópicos dentro do tema sustentabilidade?
Marina: Começou em 2014. Eu sou formada
em moda, me formei em 2009. Eu sempre trabalhei na área de comunicação.
Trabalhei em fábrica, mas sempre cuidando das partes de mídia e marketing.
Depois fui trabalhar com pesquisa de tendência. Sempre achei que a moda poderia
ser pauta de uma forma melhor, porque era tudo sempre sobre serviço e produto.
A moda tem uma complexidade enquanto indústria e organização social muito
forte. Mas depois isso também coincidiu com várias mudanças da minha vida e do
jeito de eu me entender enquanto pessoa no mundo. Eu percebi que queria falar
de moda por uma visão que sempre tive, mas pautada também pela visão dos
direitos humanos, da ecologia, pela natureza.
O site não começou
nesse formato que é hoje, mas desde o início tinha esse caráter de falar sobre
consumo de uma outra forma. O site foi mudando bastante e a abordagem foi
amadurecendo junto com o próprio debate sobre moda sustentável. A gente viu que
deveria abordar outras questões também e, por exemplo, temos uma editoria de
política que começou nas eleições do ano passado. Começamos a nossa linha para
trazer informações de macroeconomia que entregassem uma conversa sobre
sustentabilidade que fosse mais profunda, que escapasse do debate de comprar ou
deixa de comprar e desafiasse o grande X da questão, que é o nosso sistema
capitalista de consumo.
Sul21: Você poderia
falar brevemente sobre qual o impacto das fast fashions e de grandes marcas da
moda para o meio ambiente?
Marina: Acho que é preciso pensar no
volume. A gente fala das empresas de fast fashion, mas o que elas inventaram,
entregaram e que todo mundo consumiu, foi mais por menos. E mais por menos cada
vez em maior quantidade e cada vez mais rápido. Isso não é só a moda, isso
acontece em vários outros setores. Se a gente ver, um iphone é lançado a cada
ano e ele poderia durar anos, mas vem programado de uma forma obsoleta para
durar pouco. A moda só entrou numa ideia de obsolescência que já acontecia. As
fast fashions aceleraram essa ideia que era impossível antigamente devido ao
tempo longo de produção, outro tipo de tecnologia, o longo período para enviar
roupas por navios, por exemplo. Elas conseguiram transpor essa enorme barreira
do tempo e, nisso, as pessoas passaram a comprar cada vez mais.
Estamos falando
aqui de volume de produção. É um volume enorme. Não tem nada que vá ser
sustentável se continuarmos produzindo nesse volume tão imenso, sem se importar
e atropelando pessoas no meio do caminho com trabalho escravo. Só que se formos
analisar, nós começamos a perceber que a moda é só uma das várias indústrias
que formam essa rede que é sustentada pelas pessoas e pelo meio ambiente para
continuar produzindo um volume excessivo. Temos que ter muita clareza de como
funciona a ginástica econômica. As fast fashions levaram isso a um nível nunca
antes visto e as pessoas abraçaram essa ideia de que tudo pode ser produzido
rapidamente e que tudo é descartável. A gente mudou e achou que roupa era uma
coisa fácil de fazer, que não tinha pessoas produzindo-as em condições análogas
à escravidão, não lembramos que algodão é uma fibra, que vem da produção
intercalada de soja e milho. As fast fashions promoveram essa coisa do volume
exacerbado, do consumo desenfreado. Mas eu acho que é uma história meio o ovo e
a galinha, porque elas surgiram em um momento em que tudo já estava indo para
esse modelo de consumo desenfreado. Foi meio que uma simbiose. Elas perceberam
que daria para ter muita roupa, mais novidade em menos tempo e de repente
aquilo virou o que virou.
Sul21: Saindo um
pouco das fast fashions e falando do mundo da moda num todo, que impactos podemos
destacar?
Marina: Existem vários impactos. A
emissão de gases de efeito estufa, o uso exacerbado de terra. Hoje estamos
falando da devastação das florestas para gado, mas algodão no Brasil só é
produzido em cultura rotativa de soja e milho, então isso está relacionado com
o agronegócio também. No caso do poliéster, ele vem do petróleo. Hoje 8% do
petróleo vai para a moda e nisso é liberada uma quantidade imensa de
microplásticos no mundo. As florestas são devastadas para a produção de
celulose. É um caminhão de lixo têxtil sendo descartado no mundo a cada
segundo. Ou seja, a gente extrai, produz CO2 e usa agrotóxico para jogar tudo
fora depois. Tem o impacto da produção da fibra de origem vegetal e da fibra de
origem animal. Essa floresta devastada da Amazônia vira carne e vira couro. Na
produção de curtumes sabemos que há trabalho análogo à escravidão. Também
precisamos pensar que 15% do corte das roupas é descartado, há um monte de
peças que ficam em estoque, porque não é bem feita, e se vão para as mãos das
pessoas pode ficar guardada no armário e nunca ser usada ou depois é
descartada.
Sem dúvida a maior
parte do impacto está na produção, mas a moda está relacionada com várias
outras indústrias, como o agronegócio, a mineração, com lobbies no Congresso,
com a Odebrecht, que está envolvida na Lava Jato, por exemplo, e é a dona da
Braskem, uma empresa que segue firme e forte incentivando o uso de poliéster na
moda sem se preocupar com as consequências. Tem todas essas várias relações que
não vemos quando a gente vê a roupa pronta.
Temos que ter uma
noção clara que o sistema é sistêmico. E digo sistêmico no sentido de que há
vários atores em um sistema todo integrado para as coisas funcionarem de uma
determinada forma. Se ficamos olhando apenas para um silo e atuando unicamente
ali, acabamos não conseguindo entender que aquele silo é a consequência de
vários outros e a relação de vários outros silos entre si. A gente aprende em
silos, em departamentos, nas universidades, seguimos atuando sempre em uma caixinha.
A transdisciplinaridade não é ensinada na nossa sociedade, então você não
consegue enxergar o todo e isso é prejudicial, porque você não consegue
entender que esse silos está no todo.
Sul21: Nos últimos
tempos o debate acerca da necessidade de uma moda sustentável e dos impactos
ambientais e sociais do mundo da moda vem crescendo. Você acredita que este
debate está refletindo no modelo de consumo das pessoas?
Marina: Quando a gente vê o caso da
Forever, não é porque as pessoas estão pensando e comprando consciente que vai
fechar. É por um erro de negócio. Enquanto outras lojas investiam ou até mesmo
abriam no Instagram, no meio online, a Forever ficou abrindo loja de concreto.
O que a gente precisa ter em mente é que o debate dentro de um determinado escopo
existe. A gente está conversando sobre isso, mas dentro de um determinado
nicho, onde pessoas questionam padrão de comportamento e de tendência. Isso não
significa que as coisas estão realmente mudando ou que toda a sociedade está
sendo orientada para consumir de uma outra forma.
Existem pesquisas
de comportamento que mostram que os Millennials e a Geração Z são os mais
orientados antes de comprar e querem comprar de marcas com comportamento
sustentável, que se posicionem politicamente. Mas não quer dizer que na hora de
passar o cartão isso é levado em consideração. Quando a pessoa responde no
questionário não significa que ela faz isso na prática. Existe ainda um caminho
muito grande entre a resposta em um questionário e o que se faz na prática. O
que estamos vendo é que grandes redes de fast fashions estão colocando isso,
dizendo que vão trocar as fibras por fibras mais sustentáveis e um monte de
coisa que a gente sabe que não é realmente sustentável.
Sul21: É o
chamado greenwashing, certo?
Marina: É um pouco de greenwashing,
mas também é muito mudar para garantir que as coisas continuem como estão, que
você continue sendo um dos maiores varejistas, que você continue produzindo
muito. Você muda alguma coisa, mas a base continua exatamente igual.
Hoje se fala que o
departamento de sustentabilidade é o que mais importa para as marcas, mas não
é, ainda é o econômico, a sustentabilidade segue sendo sobre lucro no final do
mês. Precisamos desafiar e repensar o sistema capitalista em que estamos
inseridos. Muitas vezes não queremos debater sobre isso porque a gente é
mandado para Cuba, mas precisamos que as pessoas olhem para o elefante branco
na sala, que é: produzir mais e vender mais para lucrar cada vez mais.
Hoje estamos
consumindo nossos recursos naturais anuais cada vez mais cedo. Então, seguir
produzindo mais para vender mais não vai fechar a conta. Estamos à beira do
colapso climático. Tem previsões que apontam que em 2030 a moda contribua entre
49% e 73% na emissão de [gases de] efeito estufa. Como vamos manter a meta do
Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C se só a moda tem
uma projeção de aumento de emissões de gases de efeito estufa de 49% ?
Estamos falando que o departamento de sustentabilidade é o que importa hoje,
mas não é essa a realidade. Se fosse não veríamos esse aumento de emissão de
gases de efeito estufa. Então, ou você assume isso ou vai cair no conto
do vigário de ‘vamos trocar nossas fibras por sustentáveis’.
Sul21: E como é
possível fazer com que esse debate todo aconteça também fora desses nichos em
atinja outras partes da sociedade?
Marina: Eu acho que o grande desafio é
que há uma alienação muito grande. O consumo e a nossa
sociedade do consumo funcionam na base da alienação. Eu estou lendo o livro do
[Ailton] Krenake, ele traz uma fala do Mujica que é sobre como as nossas
crianças são educadas para serem clientes e não cidadãos. Hoje a gente
não consegue mais sair desse lugar de consumidor e ir para o de cidadão. Quando
sugerimos conversas mais profundas sobre esses temas, não conseguimos avançar
de fato. Então, o grande desafio é suscitar o não conformismo e tirar as
pessoas da alienação. Porque hoje está tudo bem se eu tenho uma tv bacana, um
carro x. Claro, isso tudo também entra no debate de classes, de como está todo
mundo apenas tentando sobreviver. Mas no final a sociedade num todo está
muito alienada, existe esse recorte muito pequeno que está consciente.
Só que essas
conversas são necessárias porque não existe produto sustentável se estamos
falando de concentração de renda do agronegócio e da mineração, da associação a
lobby no Congresso para aprovar a flexibilização das leis trabalhistas. Todas
essas questões estão associadas à moda. Temos que debater, gerar conversas
profundas e suscitar as pessoas ligadas à sociedade do consumo. Essa
sociedade do consumo está ligada ao capitalismo, e o consumo tem a ver com a
destruição da Amazônia, com a destruição dos povos originários.
Precisamos de uma
quebra de realidade, entender o que estamos fazendo no mundo, como estamos nos
destruindo enquanto sociedade. Sair dessa caixa que nos colocaram de consumo e
habitar outros espaços. Esse é o maior desafio. Parte do debate da moda
sustentável fica no primeiro campo, no debate que precisa fazer produtos
sustentáveis, mas não, não precisa fazer mais produtos, precisa mudar. Já
existem hoje outras formas de pensar e fazer as coisas, que é mais que apenas
colocar uma fibra sustentável.
Sul21: E qual a
importância de brechós e de espaços de troca de roupas dentro desse contexto de
excesso de produtos?
Marina: A gente tem uma pauta no
Modefica em que falamos que de 2010 a 2015 houve um boom no
Brasil de mais de 200% no aumento de número de brechós. Só que esse aumento vem
junto com a crise, com a recessão do país. Não é que estamos super bem
economicamente e todo mundo começa a comprar roupa usada. Tivemos um aumento no
número de brechós e temos o debate que usar de segunda mão é ok, mas quando
descemos desse lugar de debate e começamos a ir para a prática tem muito a
questão de querer comprar uma determinada marca, uma determinada etiqueta, que
custa entre 150 e 200 reais uma única peça. Ainda tem muito a questão de
acessar essas marcas por um preço menor. Então, ao invés de pagar 200
reais eu vou pagar 30 ou 50, por exemplo. Não é que vou comprar de segunda mão
porque vai ser melhor pro planeta, é porque vou acessar essas marcas por menos.
Segue sendo sobre comprar mais por menos. O grande desafio quando falamos sobre
brechó ou feira de troca é como realmente a gente incorpora o debate da
sustentabilidade na prática. Quando conversamos com pessoas da feira de troca,
elas nos contam que as pessoas vão com a mesma mentalidade da Black Friday, de
pegar o máximo que conseguir.
Só que os brechós
também têm uma outra coisa que é a possibilidade de entrada nesse mercado.
Houve um aumento de quase 14% no número de desempregados. Então você pega uma
roupa das pessoas do seu bairro, da sua família, porque está desempregado, e
vai tentar vender.
É difícil mudar
esse hábito isolado sem pensar como toda sociedade foi estruturada, dentro do
capitalismo, com propagandas o tempo todo. Temos que quebrar muita coisa para
conseguirmos nos desvencilhar de todos esses estímulos. Também tem toda a ideia
de que exercermos a cidadania por meio do consumo. Para conseguir chegar nesse
lugar mais simples, mais puro, que estamos precisando, temos que mudar nossa
relação com esse consumo exacerbado e como exercemos a nossa cidadania. Se a
gente pensar que nos últimos anos do governo Lula e Dilma, por exemplo, a ideia
de ascensão veio única e exclusivamente por meio do consumo. Claro, existiram
programas de educação e de moradia, mas havia essa ideia de ascensão pelo
consumo, do crescimento da classe média pelo consumo. Precisamos ter cuidado
sim em trazer todas essas nuances porque senão ficamos numa ideia de avanço que
não é bem um avanço.
Sul21: Marina, você
mencionou todas essas diversas nuances e também que precisamos mudar nossa
ideia de ser cidadãos por meio do consumo. O que podemos fazer individual e
coletivamente para mudar essa realidade e colocar essa teoria na prática?
Marina: Eu penso muito sobre isso
porque essa é a resposta de um milhão de dólares. Eu acho que tem alguns
caminhos que podem ser seguidos. Podemos pensar na atuação das próprias marcas,
de qual o papel das marcas que estão debatendo sustentabilidade, e quando eu
digo marca eu não me refiro a produtos novos somente, pode ser de brechó, uma
empresa de serviço, até mesmo os guarda roupas compartilhados. Precisamos
conversar sobre isso de uma forma profunda e levar essas questões para além
desse lugar deslocado da realidade, para o grande público que em está deslocado
do debate.
As marcas precisam
tomar para si uma parte da responsabilidade, porque elas dizem que as pessoas
não estão preparadas para os debates, mas fazem pouco para levantar esse
debate. Se a marca se transformar como marca, criar iniciativas para que as
pessoas não sejam apenas consumidoras, mas sejam cidadãos, que cobrem das
marcas, como faz a Patagônia, que é um exemplo disso. Ao invés de jogar a
vareta nas mãos do consumidor, elas precisam lembrar que não há desestímulo ao
consumo.
No âmbito
individual temos que fazer o possível para nos desvencilharmos dessas amarras
de consumo. Só que sair desse lugar nessa sociedade é muito difícil. Por mais
que você tenha esse desejo, que é o que mostram, por exemplo, os questionários
das novas gerações, é muito difícil você se desvencilhar. Tem toda a questão de
inserção social, de diferenciação social, de pertencimento, se começarmos a perceber
isso, como podemos fazer para ir nos desvinculando? Podemos praticar desapego,
para olhar para si próprio, e esse é um desafio em uma sociedade alienada,
porque nela não estamos olhando para a gente mesmo.
Podemos também
praticar essa coisa de ‘para onde vai esse dinheiro que estamos investindo’. Eu
falo muito disso quando falamos de alimentação. Por exemplo, ao invés de ir
para a Unilever, pode ir para o MST, posso comprar produtos que são da Reforma
Agrária. Isso é uma ação em um universo pequeno, mas como é que a gente começa
a se relacionar com a mudança. A partir desse lugar individual começamos a
encontrar outros grupos, de pessoas que trabalham com agroecologia, do
movimento de luta pela terra, um núcleo de ecossocialismo em um lugar. Normalmente
começamos a refletir e vamos adentrando outros espaços.
Precisamos aprender
a promover esse debate, vamos organizar nossa própria feira de troca,
participar de manifestações. Precisamos habitar os lugares que não são
intermediados pelo cartão de crédito e nem de pontos. Se a gente não começar a
debater, não veremos o problema.
1 – Observe o
título da entrevista “Moda e consumo: ‘Não tem nada que vá ser sustentável se
continuarmos produzindo nesse volume”. Na sua opinião a moda é sustentável atualmente?
2 – Na entrevista,
a entrevistada confirma que a moda é sustentável? Por quê?
3 – Quais os
motivos que as pessoas passaram a comprar mais?
4 – Quais os
impactos causados pela grande produção de roupas no meio ambiente?
5 – Na sua opinião
o que a entrevistada Marina quis dizer na resposta:
“Eu acho que o grande desafio é que há uma
alienação muito grande. O consumo e a nossa sociedade do consumo funcionam na
base da alienação.”
6 - Qual a crítica
que podemos identificar na entrevista?
7 – Após a leitura
da entrevista, você é uma pessoa alienada referente a moda?
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