E.E. PARQUE MARAJOARA II
8°
ANO A – 8° ANO C
Aula
CMSP nos dias 22 de abril as 11:30 estarei no chat.
Aula
on-line pelo Meet, 19 de abril as 16:20 8ºC e 17:05 8ºA.
PROFESSOR:
Everton WhatsApp:
95963-1198 DISCIPLINA:
Geografia
E-mail: evertonlevi@professor.educacao.sp.gov.br
4ª
ATIVIDADE SEMANAL DE GEOGRAFIA DE 19/04 a 23/04 (1º Bimestre)
Tema: Atividade
Interdisciplinar semana Tiradentes
(A construção do mito
Tiradentes)
Unidade temática: O mundo contemporâneo: o
Antigo Regime em crise.
Objeto(s) de conhecimento: Rebeliões na
América portuguesa: as conjurações mineira e baiana.
Habilidade(s) da BNCC: Explicar os movimentos
e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas
interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas.
Palavras-chave: Inconfidência Mineira. Líder.
Tiradentes. Liberalismo.
LEIA O
TEXTO COM ATENÇÃO(COPIAR NO CADERNO).
APÓS A
REALIZAÇÃO DA LEITURA DO TEXTO, CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA RESPONDER AS
QUESTÕES.
Leia o
Texto com atenção e copie no caderno.
Tiradentes é um exemplo de como heróis são construídos
Entre tantos
personagens históricos brasileiros, a figura, ou pelo menos o nome, de
Tiradentes talvez seja a mais conhecida entre a população brasileira. Afinal,
ninguém mais possui um feriado nacional em homenagem a sua morte. Mas o que
tornou Joaquim José da Silva Xavier tão importante?
Para começar, precisamos deixar claro que ninguém
simplesmente nasce um herói. São as ações realizadas em prol de uma causa que
transformam uma pessoa comum em um personagem histórico digno de lembrança e
homenagens. No caso de Tiradentes, mais do que a sua participação na
Inconfidência Mineira, foi o fato de ter sido o único punido com a morte que o
colocou visível aos olhos da história. Muitas outras pessoas participaram da
conspiração contra a Coroa Portuguesa, mas, como não morreram em defesa dessa
ideia, raramente são lembrados.
Quando foi
enforcado e esquartejado, em 1792, o Brasil ainda era colônia de Portugal. Por
isso, seus atos e os dos demais inconfidentes eram tidos como subversivos. Isso
porque, segundo a lei do período, haviam cometido o crime gravíssimo de
lesa-majestade (traição ao rei). Mas, ao contrário do que alguns acreditam, sua
memória não estava completamente esquecida. “Em 1792, já se dizia, não
abertamente, que os inconfidentes de Minas eram qualificados como traidores
porque perderam. Caso tivessem vencido, seriam heróis”, explica o professor
Luiz Carlos Villalta, do departamento de História da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
Um século depois, quando a república foi proclamada, o
novo regime não tinha apoio popular. Afinal, a ideia de um governo sem rei
ainda era estranha para boa parte da população. Enquanto a notícia ainda
chegava em todas as casas do país (o território brasileiro é muito extenso e os
meios de comunicação não eram tão ágeis quanto os de hoje), o Brasil entrou em
uma grave crise econômica, o Encilhamento, em 1890 e teve a renúncia do
primeiro presidente do novo regime, o marechal Deodoro da Fonseca, em 1891.
Para completar, ocorriam no mesmo período a Revolta da Armada no Rio de Janeiro
(1893-1894) e a Revolução Federalista no sul (1893-1895). Ou seja, a crise
estava instaurada.
Mas o que Tiradentes tem a ver com isso?
Para construir uma
nação forte e que apoiasse o governo, era necessário que a população estivesse
unida em torno do novo projeto político. Um dos passos para isso foi eleger um
personagem que personificasse os ideais republicanos. Marechal Deodoro, como o
proclamador da república e primeiro presidente, seria a figura perfeita. Isso,
caso seu governo não tivesse provocado a crise econômica e ele não desistisse
do cargo.
No atual contexto, o que poderia ser melhor do que um
personagem de origem humilde (em contraste com a monarquia rica), militar (em
um governo de maioria militar), trabalhador, participante de um movimento
surgido no sudeste e que dera a vida por um ideal republicano? O mártir
Tiradentes era o personagem perfeito para o papel. “É fácil associar sua figura
com os ideias do novo regime. Ele morreu em defesa do que acreditava e por isso
já estava com a roupa de herói pronta. O movimento republicano simplesmente se
aproveitou de um personagem cuja história já facilitava”, diz Luiz Carlos.
Lapidando o herói
Os setores
republicanos já o tinham como herói que representava suas ideias. Mas, como boa
parte da população brasileira nem sabia o que realmente significava república e
a imagem do mártir ainda não era apresentada nos livros didáticos, fazia-se
necessário implementar sua imagem no imaginário popular. Já em 1890, a data de
sua morte foi decretada feriado nacional.
A nova forma de
governo fez surgir a necessidade de construção e reformas de prédios para
propósitos políticos e administrativos. Para enfeitá-los, era normal que se
encomendassem quadros que valorizassem a pátria. Entre os temas, não podiam
faltar quadros de Tiradentes - que foram reproduzidos em jornais e livros para
se tornarem conhecidos da população.
Entretanto, a obra
mais conhecida sobre ele não foi encomendada.
Pedro Américo era o pintor oficial do regime monárquico brasileiro (é
dele o quadro O grito do Ipiranga, que representa a independência do Brasil de
Portugal). Quando a república começou, ele perdeu esse cargo e também foi
aposentado da Academia de Belas Artes. Para recuperar o apoio do governo,
decidiu produzir uma série de cinco obras sobre a Inconfidência. Apenas a
última, Tiradentes suplicado, posterirormente conhecida como Tiradentes
esquartejado, de fato foi feita.
Assim como nas
outras representações, sua figura é associada à de Jesus Cristo. Mas, ao
contrário de retratar um herói vitorioso, o apresenta aos pedaços, vítima da
crueldade da Coroa Portuguesa, assim como o Cristo crucificado.
O herói estava
pronto. Assim como Jesus, possuía um ideal, um traidor (o coronel Joaquim
Silvério dos Reis, que delatou os inconfidentes), retratos espalhados por
prédios públicos, admiradores e um feriado em homenagem a sua morte. “Podemos
dizer que Tiradentes enquanto herói nacional é uma construção histórica bem
sucedida que faz parte de um projeto de nação que o Brasil independente queria
construir. Assim como outros personagens também são”, explica Juliano Custódio
Sobrinho, professor de História da Uninove.
Nenhum comentário:
Postar um comentário